domingo, 17 de junho de 2007

" Só é doido quem pode!"

A loucura e a droga são coisas diferentes,
uma pessoa não fica doida porque usa droga.


O famoso psicanalista Jacques Lacan tinha uma frase na parede de seu consultório:
" Só é doido quem pode!"
Significa que só o psicótico por estrutura de personalidade é louco.
Para entender melhor desse assunto, fomos ouvir dois psicólogos, para vermos a relação da droga com a loucura.

Antonieta Bizzotto (3335-7090), é coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa do CMT – Centro Mineiro de Toxicomania:

...”as estruturas psíquicas do ser humano são divididas em 03: Neurose, Psicose e Perversão.
Há neuróticos, psicóticos e perversos que usam drogas, mas o uso de drogas não modifica sua estrutura psíquica.

Mas com a droga pode-se provocar uma psicose "provisória", tóxica, mas depois o sujeito volta, ou se o sujeito for um psicótico e usar alguma droga pode desencadear um surto psicótico e às vezes não "voltar" ao estado "normal"...

Em nossa clínica no CMT, observamos que quando a pessoa está sob o efeito de alguma droga isso dificulta o diagnóstico, os sintomas se confundem. Uma pessoa que usa álcool por exemplo, pode na abstinência do álcool ter o que se chama de "alucinose alcóolica"(alucinações visuais e auditivas), durante até dois anos sem utilizar a substância.
É difícil encontrar alguém que tenha um uso ou abuso de drogas problemático ou um dependente que não tenha algum tipo de sofrimento mental: inibição, depressão, obsessão, etc., mas não se pode confundir as duas coisas.
Muitos psicóticos se "medicam" com as drogas, o que pode ser muito complicado retirar a droga dessa pessoa sem um acompanhamento médico e psicoterápico, pois as vezes é a droga que está "segurando a onda" daquela pessoa, então é preciso ter cuidado na direção do tratamento, lembrando sempre que não existe nem um pessoa igual à outra, e sendo assim, cada caso é um caso”.

O psicólogo Jeferson Machado Pinto (3297-3427) lembra outra frase de Lacan: “ Não é louco quem quer” e acha que
o que mudou foi a ideologia:

...”Lacan retirou essa idéia da razão, pois todos podem ser loucos. Há histéricos que fazem muito mais loucuras que muitos psicóticos. Essa classificação ficou sendo apenas para facilitar o tratamento e a ênfase se deslocou para "formas de ser", sem juízo de valor sobre loucura ou sanidade. Há artistas psicóticos brilhantes e mais produtivos e íntegros que muitos neuróticos, por exemplo.”...

...” Antes os pobres , os ladrões, os subversivos, os histéricos, os psicóticos, eram os loucos e precisavam ser internados e afastados da sociedade.
Hoje são todos os que não pensam como o capitalismo quer, e a medicina continua do lado da elite que manda, definindo quem são os loucos.”...
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LEIA TAMBÉM:
ELOGIO A LOUCURA
Mas a loucura não é sempre tratada como doença. Erasmo de Roterdan, pensador e poeta, elevava a loucura e a elogiava, num poema que leva o nome “Elogio a Loucura”.

LOUCURA?
“Pessoas normais mesmo são as que se faz de loucos para não chamar a atenção dos que se pensam normais”. Foi a frase inicial da entrevista com estudante de Jornalismo.

Mountain Bike em Itabirito
No Morro do Cristo na cidade mineira de Itabirito,
a galera do downhill se encontrou,no domingo dia 10 de junho,
para disputar a Copa Brasil Itabirito de Downhill;
valendo também como duas etapas do campeonato mineiro.
E o mineiro João Mari Ludolf foi o destaque da competição,
fez o melhor tempo na classificação e também confirmou a melhor descida da prova, com 02min25seg72, uma diferença de 16 milésimos de segundo para Wallace Miranda (Aparecida/SP- 02:25.88) que ficou em segundo lugar; e Volkmar Berchtold (Schilder/SC – 02: 26.18) ficou em terceiro.

Veja as fotos de Cristiano Quintino

sábado, 9 de junho de 2007

VEJA MAIS FOTOS DE CRISTIANO QUINTINO






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Pare e observe as aves da Lagoa da Pampulha
Enquanto as pessoas usam o entorno da Lagoa da Pampulha para praticar esporte e fazer seus exercícios, como caminhadas, pedaladas e corridas; ás margens da Lagoa são habitadas por uma rica fauna, de chamar a atenção pela sua beleza e diversidade.
Vale a pena comprar um binóculo e dar uma parada nos exercícios para observar com muita paciência as aves que vivem na Lagoa da Pampulha.
Encontramos algumas espécies de garças, de pombas, de patos, e centenas de espécies de passarinhos; os anus adoram catar carrapato nas costas das capivaras.
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terça-feira, 22 de maio de 2007

Semana de Literatura e Comunicação


A primeira semana a gente nunca esquece
A vontade de fazer, a dedicação dos professores, aqui representados pelo Marcos Barreto e Janaina Maquiaveli; refletiu muito bem no resultado da melhor semana que eu já participei, nesses meus três anos de Faculdade Estácio de Sá. Afinal, durante nosso curso de comunicação ainda não tinha acontecido nada parecido e com tamanha proposta de palestras e debates; anteriores apenas iscas para horas Rac dos alunos.
O cardápio foi farto: o Livro-reportagem, Literatura e Música, A construção da personagem, Literatura Mineira, Blogs e literatura online, Literatura e espaço urbano, Poética publicitária: a vanguarda na vida cotidiana, Literatura e Crônica, e fechando com De Marquês de Sade a Bruna Surfistinha. Não tinha como um aluno passar em branco ou mesmo não se interessar por um desses assuntos, teve para todos os gostos, tipos de ouvidos e horários: matutino e vespertino.
Uma grande e instrutiva iniciativa, uma semente forte foi plantada nesse outono de 2007 e tomara que suas folhas cresçam e se espalhem pelos próximos outonos da Estácio.
Apenas dispenso o rotavírus que me atacou e me tirou de acompanhar in-loco das quarta, quinta e sexta feiras literárias.
De Cristiano Quintino (15/05/2007)
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domingo, 8 de abril de 2007

Mountain bike em Minas


A atleta mineira Érika Gramiscelli deu cerca de 11.000 pedaladas durante as quatro voltas, para vencer a 1a. etapa da Copa Internacional de mountain bike.

Na categoria elite masculina, quem venceu foi o catarinense Ricardo Pscheidt, ele deu seis voltas e girou com 16.000 pedaladas.

Para chegar a estes números de pedaladas, tomamos por base a performance da Érika Gramiscelli, e usamos o seguinte critério:
O circuito no Grande Hotel Ouro Minas de Araxá tem 6.650 metros, com subidas e descidas fortes, subidas e descidas leves, na média, chegamos a conclusão que ela dava cerca de 20 pedaladas em 50 metros.
Dividimos, e o resultado foi de 2.660 pedaladas por volta, vezes as 4 voltas da categoria elite feminina, foram 10.640; e vezes as 6 voltas da elite masculina, resultado 15.960 pedaladas.

Para terminar esta brincadeira com os números; somamos as pedaladas das 18 participantes da elite feminina e os 78 bikers da Super Elite e o resultado foi de hum milhão e meio de pedaladas, durante as duas horas de prova.

Mountain bike internacional

Enquanto as coisas desse nosso Brasil caminham para trás, com pouquíssimas evoluções; é um prazer enorme participar de um evento esportivo de tamanho gabarito, e que vai a cada ano sendo importante para o mountain bike mundial.
Desde o local escolhido, o Complexo do Barreiro em Araxá, que tem tudo a ver com a prática do mountain bike, o prestígio com o número de bikers participantes, atraindo até atletas de outros países; e a presença de um comissário UCI - União Ciclística Internacional.Parabenizamos a organização, Rogério Bernardes e Tadeu Monteiro, aos patrocinadores e apoiadores, e agradecemos a atenção recebida pelo João Perocco, assessor de imprensa da Copa Internacional Sundown de MTB; tivemos muitos prazeres durante os dias 31 de março e 01 de abril na 1a. etapa da Copa;
continuem com essa seriedade e muito sucesso.

O que sera de nós, torcedores do América


Houve um tempo em que o América não caia no buraco, porque era maior que o buraco.
Mas o time encolheu. E o que reduziu o América, além de décadas de resultados ruins?
A falta de percepção de que nenhum clube pode se livrar de gerações de jogadores por qualquer trocado ou deixar a competitividade em segundo plano.
Por décadas o Amériva vem sendo um clube tradicional com times medíocres.
Perdeu torcida, perdeu dinheiro e principalmente, perdeu carisma. Tornou-se mera transição para garotos sonhando com outro futuro ou veteranos buscando a tranquilidade de se encostar num clube sem cobrança. Ambiente fértil para a formação de um grupo com lapsos de profissionalismo – como deixou claro o treinador – e resultados como os que vimos.
O Galo caíu para a 2a. divisão, o Palmeiras e o Botafogo também, o Fluminense chegou a caír para a 3a. divisão; mas saíram do buraco puxados por suas imensas e fiéis torcidas.
Quem vai tirar o América desse buraco?

(cronica lida pelo Bob Faria, no prograna Globo Esporte, BH, em 29/03/2007)

quarta-feira, 4 de abril de 2007

UMA HISTÓRIA AMERICANA COM FINAL TRÁGICO


Em 30 de abril de 1912 nascia o América Futebol Clube, são 95 anos de muitas histórias e títulos importantes; a maior gloria foi o reinado com o Deca-campeonato mineiro, de 1916 a 1925.
O TEMPO PASSA
Era sábado, dia 10 de março de 2007,
um dos dias mais triste que vivi.
Eu estava até animado com a recuperação do América,
achando que no final do campeonato mineiro ia tudo dar certo;
afinal eu tinha assistido o primeiro tempo do jogo
contra o Cruzeiro pela TV, e quando eu saí para fotografar
o América estava ganhando de 1x0.
Voltei para casa e liguei a TV, eram 40 minutos do segundo tempo,
o placar tinha virado contra para 2x1, que tristeza.
Mas olha que aos 46`o jogador do América passa entre os beques do Cruzeiro e quando vai marcar, o cara azul passa o pé por trás.
Expulsão naquele momento é nada para mim.
Aqui abro um parente neste artigo, para pedir a FIFA a revisão das regras. Se futebol tem que privilegiar o gol, num lance deste, o último homem da defesa faz uma falta desclassificante, onde o atacante vai fazer o gol:
além da expulsão é claro, a falta é tiro direto e sem barreira.
Do jeito que está privilegia o infrator.

Mas vamos em frente ao meu desabafo de tristeza.
Eu estava convicto que o América ia vencer o Tupi (de Juiz de Fora) naquele sábado no estádio do Independência; e daí pra frente só vitórias rumo a 2a. divisão do brasileiro.

No meio da tarde daquele sábado, Serginho, um amigo meu, liga pedindo para eu fosse fotografar o casamento de um amigo dele, ás 17 horas.
Caramba, o jogo do Coelhão era às 18h10, então fudeu!
Esperneei, tentei sair fora mas nada, tive que baixar na igreja;
coisa que não faço nunca, foto de casamento.
Cliquei rápido as damas, o noivo e a noiva, e saí fora.

Cheguei no estádio no intervalo do primeiro para o segundo tempo,
como o meu carro não tem rádio, não sabia de nada que estava acontecendo.
Mal passei as roletas, achei a caras dos torcedores meio estranhas, tudo travado,
e, logo logo, um parente me chamou,
Cristiano, pelo amor de Deus, não fotografa nada hoje, que desgraça é esta.
Espantado perguntei, o que que foi bicho?
Nossa nem mesmo um chute o time deu no gol, dois a zero foi pouco para eles, e não acho que tem como virar.
Saí correndo até a entrada do alambrado e olhei o placar:
América 0 x 2 Tupi.
Ali mesmo eu fiquei parado, imóvel, olhando os rostos dos
Americanos; que tristeza.

Bem, estou chegando agora, não tinha assistido nada,
os times voltaram, e eu tinha certeza que ia acontecer a virada.
Bicho, mas o que eu assisti é até difícil de descrever.
Pela importância do jogo e do resultado para o futuro e para a história do América achei que ia ser uma blitz em cima do adversário.

Mas nada disso aconteceu, era bola rodando lá trás, nenhum cara com criatividade, força, nenhum esquema para furar o bloqueio.
Aí comecei a ver outra coisa,
o uniforme é triste, pesado e não tem nada a ver com o glorioso Deca-campeão.
Um time que fez com o Galo o “clássico das multidões”,
um time que o Cruzeiro demorou 60 anos para ultrapassar e ocupar nosso espaço.
Olha eu vi ali o América acabando.
O uniforme é triste como o time,
um tom de verde horroroso,
que nenhuma palheta de um pintor tem aquele tom,
e pior, o preto,
pesado, fardado e que não é das nossas cores; verde limão e preto?
Quequeisso! Que uniforme é aquele.
Aliás me lembro menino, que quando entrava preto no uniforme do glorioso, entrava no calção, e com as meias cinzas, mas a camisa branca com gola verde, aí sim era linda.
Puxa meus olhos brilhavam quando entrava no mesmo Independência e vencia o Galo e a Raposa.
Saí naquele sábado, dia 10 de março de 2007, do Independência com o coração estraçalhado, descida a rua bem devagar, curtindo cada passo, talvez tão cedo não farei mais este trajeto.

Sobra um sonho, para um outro tempo,
quem sabe um dia entre ali um cara feliz para dirigir o
América meu Mineiro, e traga a alegria de volta,
em tons de verde e branco,
o genuíno.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Mais um atentado a liberdade e a beleza da vida

Mais uma barbárie e muita, muita covardia

O caso do pequeno João Hélio é daqueles que quando me vêm à mente,
faz tremer as pernas, embrulha o estômago;
aí corro para tomar um copo de água bem gelada, para seguir a vida.
Minha defesa imediata, é sonhar.
(porque sei que logo logo mais um novo caso vai ser mostrado pela mídia, vai ser nacional e internacional). Agora foi a Priscila.
Sonhar com os meses de janeiro (mês das chuvas) de chupar jabuticabas no pé, lembrar das crianças correndo nas enxurradas,..e aí: plim, plim, acordei

Aliás acordei mesmo quando li a coluna do jornalista
Tião Martins no jornal Hoje em Dia, publicada no
dia 26 de fevereiro com o título:
Tá ligado, mano? (Parte II),
aí comecei a entender como aqueles três caras tiveram coragem de arrastar o João Hélio, com seus seis anos de vida, por sete quilômetros!

Na coluna ele começa recordando uma entrevista que o chefão do
PCC paulista deu a imprensa em maio de 2006.
Vamos ver nua e cruamente, que bandido é bandido mesmo, não está brincando nem fingindo para a mídia;
como fazem os bandos de bandidos políticos, cruéis, com aquelas carinhas engravatadas, falando cinicamente para os microfones.
Os políticos adoram estes casos atordoantes, porque aí o mídia tira o foco deles e de suas falcatruas.
Cadê projetos e investimentos em educação e em emprego para dar dignidade ao homem, cadê o investimento no futuro.

Mas o que vamos ler agora é proibido para menores, ainda bem que nossa população é analfabeta!
Retirei e reproduzo da coluna do Tião Martins:
...Na entrevista, o repórter perguntou a certa altura se Marcola tinha medo de morrer.
- Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar. Mas eu posso mandar matar vocês lá fora. Nós somos homens-bomba. Na favela são cem mil homens-bomba. Estamos no centro do insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira.
O bandido teorizou: “Estamos diante de uma espécie de pós-miséria, que gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet e armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo”.

E prosseguiu Marcola, entre gargalhadas:
- Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produtos vêm de fora, somos globais.

Agora para terminar, a despedida do cara:
- Somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas. Pra acabar com a gente, só jogando bomba atômica nas favelas. Mas a gente acaba arranjando uma daquelas bombas sujas mesmo. Já pensou, Ipanema radioativa?
Percam as esperanças. Estamos todos no inferno.

Preciso respirar de novo, tomar mais um copo de água gelada, e sonhar.
Recordo então o trecho final da música “Contos da Lua Vaga”, dos mineiros Beto Guedes e letra do poeta Márcio Borges:

...”O que será de nós,
se estivermos cansados da verdade, do amor.
Esperança viva que a mão alcança
vem com seu passo firme e
rosto de criança,
a maldade já vimos demais”.